Um familiar meu falou-me que no
Porto, na zona de Massarelos, uma pessoa criou aulas de meditação direcionada para
pessoas que não têm tempo para meditar. Ou qualquer coisa do género.
Eu pensei, o problema é sempre
esse – tempo para meditar. Tempo para parar e não fazer nada. E mesmo que se
tenha tempo para parar e não fazer nada, quem vai querer parar para meditar?
Prefere-se parar para não fazer
nada passando três horas a ver televisão, três ou mais horas no facebook, redes
sociais ou internet, ou outras coisas que deem descanso ao nosso constante
controlo mental e emocional.
Mas, efetivamente, parar e não
fazer nada não é parar e não fazer nada. E muitas escolhas de lazer que fazemos
no nosso dia-a-dia, em vez de serem benéficas a nível mental e emocional são o
oposto.
Por exemplo: o facebook desperta
constantemente sentimentos de cobiça, comparações, etc. Nada saudável portanto!
E sinceramente, opinião pessoal, três horas a ver televisão trás o quê de benéfico,
de produtivo para nós?
Em relação à meditação muitas
pessoas pensam: Então vou parar para não fazer nada e tentar não pensar? Não
vejo nada de produtivo nisso.
Talvez este pensamento surja
devido a uma má concepção e mito em relação à meditação. Atenção, meditar
não é parar de pensar, não é possível parar o pensamento. Meditar é parar
de tentar controlar o pensamento, parar de analisar, parar de planear e deixar fluir
sem julgamento.
Mas isto não é não fazer nada. Este
não fazer nada, em que se pára de tentar controlar, analisar, planear, acarreta
em si um esforço muito peculiar, um esforço imbuído de não esforço, ou
descontração.
Se isto é produtivo ou não,
agora depende de cada um, da escolha de cada um, da experiência pessoal de cada
um.
Por isso, fica aqui o meu voto
para que parem, meditem, e não desistam à primeira.