Ópio do ego


Não me orgulho de nada nem em nada,
Tenho apenas alegria em tudo.
Pois tal como a religião é o opio do povo,
O orgulho é o ópio do ego.



Justificações para…














Arranjar razões, ou justificações para…, é um truque bem engenhoso da mente (aliás, é um apego ao controlo).

Isto acontece porque x, isto porque y, ou porque Deus, ou porque as leis, ou porque a lógica.

Não que isto seja errado, mau, ou completamente prejudicial, mas veiculado ao apego ou à insatisfação, pode desviar-nos da verdadeira razão, apenas servindo para criar mais ansiedade. E isto acontece principalmente quando transportamos a justificação para as facetas mais emocionais da vida. Porquê a morte? Porque se tem de morrer? Porquê a vida? Ou mesmo, porque é que ele me deixou? Porque me traiu? Porque agiu assim? etc. etc.

Às vezes, não vale mesmo a pena pensar nas razões, quaisquer que sejam, porque as coisas são o que são e a verdade já está implícita nelas. E a tentativa de justificação torna-se só uma forma de negação, raiva e ignorância.


Que assunto foi ensinado pelo Buddha?

Suponham que vos é perguntado,
“Que assunto foi ensinado pelo Buddha?”

A melhor forma de responder a isto é citando o próprio Buddha, “Saibam isto, ò Monges: Agora, como antes, eu apenas ensino dukkha (sofrimento, insatisfação) e a eliminação de dukkha.”

Quer esta resposta esteja de acordo ou não com aquilo que vocês terão pensado, por favor tomem nota. Poderemos responde-la de muitas outras formas, mas esta frase de Buddha resume de forma muito sucinta o seu ensinamento.

O Buddha apenas ensinou dukkha e a sua extinção. Isto torna irrelevante qualquer questão que não esteja diretamente relacionada com a eliminação de dukkha. Não considera questões como “Haverá renascimento depois da morte?”, ou “Como é que o renascimento se realiza?”. Isto pode ser ponderado depois.

Então, se um Ocidental apresentar esta questão, deveremos responder dizendo, “O Buddha ensinou nada mais que dukkha e a sua eliminação.”
Retirado do livro “Buddha-Dhamma for Students”, de Buddhadasa Bhikkhu.

Tradução Livre.

Se encontrarem um Buda, matem o Buda


Lin Chi (? - 867)

O nosso caro amigo e Mestre de Zen - Lin Chi - deixou-nos esta amável reflexão sobre o apego e a iconoclastia. Não se preocupem, isto do matar é só uma metáfora. A seguinte tradução é retirada do livro “A idade de Ouro do Zen, de John C. H. Wu”


Seguidores do tau, foi pela procura da verdade que deixamos as nossas casas! Reparem, por exemplo, neste monge da montanha. Ao princípio concentrei a minha atenção nas estritas disciplinas da escola Vinaya, e fui também um honesto estudante de sutras e sastras, esperando encontrar neles a verdade. Só mais tarde compreendi que todas essas regras, cerimónias e livros não passam de expedientes para a salvação do mundo, como se fossem receitas médicas para a cura dos doentes. Consequentemente abandonei-as de uma vez por todas e entreguei-me à procura directa da verdade e à busca do ch’an. Mais tarde, tive a felicidade de conhecer um grande mestre iluminado. Foi só então que o Olho do Tau se abriu para mim, para que pudesse reconhecer as realizações dos velhos e sábios monges do mundo e tivesse em separar os falsos dos autênticos. Todavia, ninguém nasce sábio e capaz de compreender as coisas. Todos temos de passar por estudos sérios e pela experiência pessoal, e temos de ser sujeitos a uma disciplina de provações severas antes de podermos esperar chegar algum dia ao verdadeiro despertar do nosso coração. Seguidores do Tau! Se desejam igualmente chegar a alcançar uma intuição genuína, o mais importante é não se deixarem enganar pelos outros. Se alguma vez encontrarem alguém que impeça a vossa visão, livrem-se rapidamente dessa pessoa. Se encontrarem um Buda, matem o Buda. Se encontrarem um patriarca, matem o patriarca. Se encontrarem um arhat, matem o arhat. Se encontrarem o vosso pai e a vossa mãe, matem o vosso pai e a vossa mãe. Se encontrarem amigos e parentes, matem os vossos amigos e parentes. Só desse modo conseguirão atingir a liberdade final. Só então estarão livres de apegos, serão completamente independentes e livres e só então sereis vos mesmos.

Para cá de lá

A verdade está para além de…
Como se dissesse para cá de…
Para além de metafisica, do paradoxal, da ilógica.
A verdade não ludibria, engana, usa de retórica.
A verdade é concreta, simples, definida, acessível.
A verdade está para além de… ou para cá de…
Da roupa que usamos, do estilo que temos, daquela tatuagem ou daquele sinal, daquela expressão ou daquele olhar.
Está para além dos adornos.
Está para cá destes adornos que uso.
Bem para cá de lá desta minha carne.
Bem para lá da superfície das coisas.

A verdade está, sem artifícios, na simplicidade da realidade daquilo que é.
Despida de adornos.

Objetos um do outro













Tudo é adorno:

Faces que visto,
vistas que faço,
relógios de pulso,
tempo em casaco.

Pulseiras que prendem,
colares que esganam,
blush, blush,
o teu corar apagam.

- Tudo é adorno.
   Sabes isso?...
   Tudo é adorno...
Frente ao espelho,
Preenches-te de adornos,
Braços movem-se
Em fluido,
Um corpo nu se vestindo.

De todos os meus adornos
És tu o meu preferido.

Tentar não tentar


Hoje decidi viver o meu dia com uma intenção específica. É sempre bom começar o dia assim.
A intenção era: não tentar, não tentar ter, não tentar fazer, não tentar ser. 
Isto porque, por vezes (ou sempre), me esforço de mais no “tentar” e crio uma pressão em mim para conseguir. Por causa disto as coisas e o dia-a-dia não flui naturalmente, mas com uma obrigatoriedade carregada.
Sendo assim, decidi imprimir neste dia a intenção de não tentar e deixa-lo fluir.
Infelizmente, devido à minha mente extra discursiva, inquisidora e analítica, dei por mim a pensar a meio da tarde que talvez me estivesse a esforçar de mais ao tentar não tentar. (LoL)
Bem, mesmo assim não me preocupei muito com isso. De que me adiantaria preocupar?
Alem disso, mais vale tentar não tentar, do que passar o dia todo a tentar tudo o que a tumultuosidade da minha mente exige. Possa, não admira que um gajo chegue ao fim do dia exausto emocionalmente.
Talvez assim, aos poucos, o retrocesso à simplicidade de tentar não tentar faça com que a intenção se torne mais natural e fluída, fazendo com que tudo o resto que lhe segue seja também fluido.
É tudo uma questão de recordação, de voltar a lembrar, de voltar ao início, tal como na meditação se processa a atenção na respiração.

Amanhã acordarei com outra intensão: não analisar e gentileza.

Parar o pensamento


Um familiar meu falou-me que no Porto, na zona de Massarelos, uma pessoa criou aulas de meditação direcionada para pessoas que não têm tempo para meditar. Ou qualquer coisa do género.
Eu pensei, o problema é sempre esse – tempo para meditar. Tempo para parar e não fazer nada. E mesmo que se tenha tempo para parar e não fazer nada, quem vai querer parar para meditar?
Prefere-se parar para não fazer nada passando três horas a ver televisão, três ou mais horas no facebook, redes sociais ou internet, ou outras coisas que deem descanso ao nosso constante controlo mental e emocional.
Mas, efetivamente, parar e não fazer nada não é parar e não fazer nada. E muitas escolhas de lazer que fazemos no nosso dia-a-dia, em vez de serem benéficas a nível mental e emocional são o oposto.
Por exemplo: o facebook desperta constantemente sentimentos de cobiça, comparações, etc. Nada saudável portanto! E sinceramente, opinião pessoal, três horas a ver televisão trás o quê de benéfico, de produtivo para nós?
Em relação à meditação muitas pessoas pensam: Então vou parar para não fazer nada e tentar não pensar? Não vejo nada de produtivo nisso.
Talvez este pensamento surja devido a uma má concepção e mito em relação à meditação. Atenção, meditar não é parar de pensar, não é possível parar o pensamento. Meditar é parar de tentar controlar o pensamento, parar de analisar, parar de planear e deixar fluir sem julgamento.
Mas isto não é não fazer nada. Este não fazer nada, em que se pára de tentar controlar, analisar, planear, acarreta em si um esforço muito peculiar, um esforço imbuído de não esforço, ou descontração.
Se isto é produtivo ou não, agora depende de cada um, da escolha de cada um, da experiência pessoal de cada um.
Por isso, fica aqui o meu voto para que parem, meditem, e não desistam à primeira.

A ponte D. Luís I e a meditação.



Vou falar sobre uma coisa bela e bonita. Interessante talvez. Uma forma para quem não faz meditação, de perceber uma sensação que surge imbuída nos sentidos durante a meditação. Pelo menos na minha.

Durante as minhas caminhadas contemplativas, as quais prazerosamente faço, aprecio atravessar a ponte D. Luís I e observar o rio Douro e a Ribeira. É uma paisagem iconicamente rústica, citadina e rural, tradicional e moderna.
Gosto de caminhar ao longo da ponte, observar este panorama, olhar para o horizonte e para as falésias distantes.
Ora, numa destas caminhadas, despertou-se em mim uma sensação estranha, engraçada e bonita.
Percebi que embora eu me estivesse a mover, as falésias e o horizonte pareciam estar parados devido à distância. O meu cérebro, habituado à percepção de “se me movo os objectos devem acompanhar esse movimento”, sentiu uma ligeira sensação de vertigem.
No entanto, o que me chamou a atenção foi o facto desta sensação ser semelhante a uma sensação meditativa, em que eu estou parado mas tudo (pensamentos e sensações) se movem. E eu os observo, quase como que de fora.

Esta é apenas mais uma “impressão mental” e por isso impermanente, talvez nem tenha significado nenhum. Mas, quando passarem pela ponte D. Luís I lembrem-se e caminhem observando o horizonte.

A Extinção do Sofrimento


A Nobre Verdade da Extinção do Sofrimento

Afinal o que significa a nobre verdade da extinção do sofrimento? É o total desvanecimento e fim deste anseio, a sua renúncia e abandono, o seu desapego e a sua libertação.
Mas onde pode este anseio desaparecer, onde poderá ser extinto?
Onde quer que existam coisas belas e agradáveis no mundo, aí se poderá desvanecer este anseio, aí poderá ser extinto.
Seja no passado, pressente ou no futuro, quem de entre os monges ou sacerdotes encarar as coisas belas e agradáveis como impermanentes (anicca), portadoras de infelicidade (dukkha), e vazias de um eu (anattā), como doenças ou cancros, esses são os que superam o anseio.

Nyanatiloka Mahathera, em A Palavra do Buddha

----------------------------------------------------------------------


Agora é que este gajo me lixou o pensamento, mas acho que percebi. Primeiro é preciso experienciar a beleza e o seu apego para se poder processar o desapego. Vai de encontro ao meu pensamento de que a natureza da mente busca a calma, o prazer e a serenidade. E só através desta calma, prazer e serenidade é que poderemos processar o desapego.

O Amor como Meditação; A Meditação como Amor; Todo o Bem como Meditação;


Segundo a filosofia Budista o caminho que leva à extinção do sofrimento é o “Nobre Óctuplo Caminho”, agregado em três secções:

1. Sabedoria (paññã)
Entendimento Correcto (sammā ditthi)
Aspiração (ou Pensamento) Correcto (sammā sankappa)
2. Moralidade (sīla)
Linguagem (ou Palavra) Correcta (sammā vācā)
Acção Correcta (sammā kammanta)
Meio de Vida (ou Sustento) Correcto (sammā ājīva)
3. Concentração (samadhi)
Empenho Correcto (sammā vāyāma)
Consciência Correcta (sammā sati)
Concentração Correcta (sammā samadhi)

O que me acontece durante a meditação e na reflecção sobre a meditação é que me parece que o Nobre Óctuplo Caminho leva à correcta meditação e a meditação leva-me à concretização correcta do Nobre Óctuplo Caminho. Os dois são intrínsecos e se sustentam.
Durante as minhas reflexões sobre o Nobre Óctuplo Caminho e a Meditação reflecti numa conecção não muito estranha. Que a meditação é como o Amor (conjugal).
Tal como a Meditação, também o Amor necessita da sustentação do Nobre Óctuplo Caminho.


P.S.: Extravasando: e não serão todas as coisas boas assim?

Não quero sentir isto

O problema não é a emoção negativa em si, mas o apego a essa emoção negativa. Esse apego traduz-se pelo 'não querer'.

Não quero sentir isto, quero sentir aquilo.
Não quero sentir este desprazer, quero sentir aquele prazer.
Não quero este prazer, quero aquele prazer.
Quero este prazer, não quero que termine.

Quando não quero determinada emoção sinto-a ainda mais intensamente, porque sofro por a ter. Isto é uma das formas de apego.

Se eu deixar as coisas ser como elas são, aceitar, não sofrerei tanto.

O vínculo emociona ao ‘mal’ e ao ‘bem’

O problema não é nós visualizarmos as coisas, ou diferencia-las como ‘bem’ ou como ‘mal’.

É verdade, por vezes somos demasiado inflexíveis em relação a esta distinção, e realmente nem sempre o ‘mal’ é tão mau assim.

Entre o ‘mal’ e o ‘bem’ existem duas perspetivas: a relativista ou subjetiva e a objetiva ou universal. A relativista diz-nos que o mal e o bem dependem da perspetiva, cultural, individual, etc. A universal diz que o 'mal' e o 'bem' existem efetivamente e que não depende da cultura, da ética do individuo ou da perspetiva.

Segundo o meu ponto de vista o ‘mal’ e o ‘bem’ perambula entre estas duas teorias. Umas vezes é relativo, outras nem tanto assim. Cair no relativismo destes conceitos é deixar que o mal perdure.

É claro que por vezes, no dia-a-dia, somos demasiado inflexíveis: se alguém responde torto é mau fez mal, deixar as luzes ligadas é mal, se alguém não aceita as nossas desculpas é mau, se é demasiado duro é mau, e por ai fora…

Estas coisas não têm necessariamente de ser más ou boas, dependem.

No entanto o mal existe efetivamente num contacto imediato podendo ter repercussões longas. Quando magoo alguém ou prejudico alguém de forma irreversível. Por vez até dizemos – não foi por mal, até foi por bem, ou para o bem dele – não sabemos, como podemos afirmar convictamente o quanto bem fizemos fazendo mal?

Bem, mas o que me interessa aqui não é discutir a existência do 'bem' ou do 'mal' ou o seu surgimento.

Partindo de um princípio emocional e da dificuldade em gerir os sentimentos, tal como disse, a questão não é a divisão que fazemos das coisas entre ‘mal’ e ‘bem’, mas sim a emoção que lhes associamos. Emoções negativas para ‘mal’ e positivas para ‘bem’. Não que não deva ser assim. O que acontece é que quem não consegue gerir bem as emoções normalmente tenta relativizar filosoficamente o ‘mal’ e o ‘bem’, subjetiva-los totalmente. Para gerir bem as emoções o que deve acontecer não é a relativização, mas sim a tentativa de um distanciamento emocional.


O ‘mal’ e o ‘bem’ existem efetivamente o problema é a impressão emocional que temos destes dois conceitos e essa impressão emocional extravasa depois para a impressão que temos das coisas.

Transcendência e realidade

Preocupamos-nos tanto com a transcendência e afinal ela não é assim nada de extraordinário.
Provavelmente até nem existe. 
Não existe porque tudo aquilo que faz parte da transcendência, ou que nos transcende, está implícito no conceito de: "algo que nós ainda não conseguimos percepcionar, alcançar ou conhecer".
Ora, se nós ainda não conseguimos percepcionar, significa que podemos vir a percepcionar. Nesse momento deixa de ser transcendente e perde a sua importância. Se a transcendência é algo que nunca percepcionaremos, ou conheceremos, então é uma ânsia infundada. 
Ao percepcionarmos o não fundamento desta ânsia deixaremos de dar importância à transcendência. 

Sempre que a transcendência perde importância é como se deixa-se de existir. Ou acaba mesmo por deixar de existir na nossa concepção mental, e a nossa mente, deixando de dar importância à transcendência passa a dar importância à simplicidade do real. 

A transcendência é apenas aquilo que é, nem mais nem menos.
A realidade é apenas aquilo que é, nem mais nem menos.

A dúvida

A dúvida tanto é a minha melhor aliada, como a minha maior inimiga.

Augusto Cury - Ansiedade - Síndrome do Pensamento Acelerado


Hum!... Interessante!

http://www.bertrand.pt/ficha?id=16207625

«Vivemos numa sociedade urgente, rápida e ansiosa. Nunca as pessoas tiveram uma mente tão agitada e stressada. Paciência e tolerância para as contrariedades estão a tornar-se artigos de luxo. Quando o computador demora a iniciar, são poucas as pessoas que não se irritam. E quando não estão a dedicar-se a atividades interessantes, facilmente se angustiam. Raros são os que contemplam as flores nos jardins ou se sentam para conversar nas suas varandas ou à janela. Estamos na era da indústria do entretenimento e, paradoxalmente, na era do tédio. É muito triste descobrir que a maior parte dos seres humanos de todas as nações não sabem ficar sozinhos, interiorizar, refletir sobre as nuances da existência, desfrutar da sua própria companhia, ter um autodiálogo. Estas pessoas conhecem muitas outras nas redes sociais, mas raramente conhecem alguém a fundo e, o que é pior, raramente se conhecem a si próprias. Este livro fala do mal do século. Muitos pensam que o mal do século é a depressão, mas aqui apresento outro mal, talvez mais grave, mas menos percetível: a ansiedade decorrente da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Pensar é bom, pensar com lucidez é ótimo, porém pensar demais é uma bomba contra a saúde psíquica, o prazer de viver e a criatividade.»


Síndrome do pensamento acelerado: sintomas, causas e tratamento
Síndrome do pensamento acelerado tem origem no ritmo urgente das grandes cidades.
Tem dificuldade em relaxar a mente e acalmar os pensamentos? Está sempre em busca de estímulos, precisando de cada vez mais informações para satisfazer essa vontade? Esse pode ser não apenas um caso de uma pessoa agitada, mas a representação de sintomas da síndrome do pensamento acelerado.

Causas da síndrome do pensamento acelerado
Essa é uma condição moderna que tem origem com o ritmo alucinante das grandes cidades, com overdoses diárias de informações e obrigações que afetam a saúde emocional de uma boa quantidade de gente. Depressão, estresse, síndrome do pânico e nomofobia (medo de ficar sem celular) são outros exemplos de situações que ocorrem com muito mais frequência nas últimas décadas.
Especialistas dizem que a síndrome do pensamento acelerado não é uma doença, mas sim um sintoma vinculado a um quadro de transtorno de ansiedade. As pessoas mais vulneráveis geralmente são aquelas que são avaliadas constantemente por conta das suas obrigações profissionais, não podendo desligar um minuto sequer, caso contrário o trabalho é comprometido. Bons exemplos são executivos, jornalistas, escritores, publicitários, professores e profissionais da saúde.
As possíveis causas são, além dessa ansiedade devido à pressão profissional, o excesso de informações às quais somos submetidos durante o dia, condição considerada normal nos dias de hoje.

Sintomas da síndrome do pensamento acelerado
É comum entre quem tem a síndrome do pensamento acelerado ter a sensação de estar sendo esmagado pela rotina, com aquela impressão de que 24 horas são insuficientes para cumprir tudo o que você tem planejado para o dia. Há o sentimento persistente de apreensão, falta de memória, deficit de atenção, irritabilidade e sono alterado. O humor flutuante é outra característica bem comum.
O esgotamento mental da pessoa que não consegue desacelerar o seu pensamento normalmente se converte em cansaço físico também. Isso porque o córtex cerebral, a camada mais evoluída do cérebro, “rouba” energia que deveria ser utilizada em músculos e outros órgãos.

O valor das coisas










“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.”
                                                                                                                                 -Fernando Pessoa-

Talvez, o valor das coisas, nem esteja no tempo que elas duram, nem na intensidade com que acontecem, mas na efemeridade da sua vinda.
Ou talvez, esse valor esteja só no acordo mental que fizemos connosco mesmos.

Pode ser um pouco arrogante isto que digo. E por ventura é com certeza! Pois quem sou eu, que não sei nada!

A natureza da mente

Quando faço meditação os meus pensamentos perdem-se.
Nada de novo até aqui, mas várias coisas acontecem (interiormente) neste perder.
Surge o sono, o entorpecimento ou divagação (estado mental em que não estou consciente sobre o que está a acontecer). Ou, os meus pensamentos perdem-se para as sensações. Normalmente para as sensações confortáveis e prazerosas.
Admito que gosto desta distracção do meu cérebro. Embora eu tente não me distrair com estas sensações e concentrar-me na respiração, é comum a minha mente (ou cérebro) procura-las. Ou será que elas apenas despertam para ele?
Isto faz-me reflectir nuca coisa interessante. A natureza (base, matriz, objectivo, sentido) da mente é a procura de prazer.
Será? Qual é a verdadeira natureza da mente?

Emprestado













Intuo que nada do que realmente possuo é meu.
Nada do que tenho materialmente é meu.
Por vezes torna-se estranha a ideia de achar e dizer - a casa é minha, a minha roupa, o meu caderno, o meu dinheiro, o meu trabalho, a minha mãe, o meu pai, a minha namorada, o meu país, a minha rua, o meu mundo. É realmente estranho, pois tudo é provisório, inconstante, incerto.
Porque os hei de considerar meus?
o mesmo acontece com as coisas não materiais - o meu corpo, as minhas ideias, os meus pensamentos, a minha opinião, o meu ego, a minha personalidade. O mesmo acontece a estas coisas, são provisórias, inconstantes, efémeras.
Por isso, tenho a impressão de que tudo não passa de um empréstimo. Quanto mais reflicto e intuo sobre isso mais grato fico a estas dádivas emprestadas.
Talvez a gentiliza e a bondade possam surgir daí.

Foco

Quando a minha mente “se enche”, quando ela é um redemoinho, um turbilhão, duas coisas parecem acontecer:
    1) Ela envolve-se com as emoções e as duas juntas criam o meu estado de ansiedade;
    2) Não se envolve com nada e o meu foco perde-se no redemoinho criando um estado e entorpecimento. Neste caso, ou me perco do presente e dos sentidos, ou adormeço.
Se as águas, ou ventos, do meu pensamento não estão lentos mais lenta fica a minha consciência e acabo por adormecer.