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Lin Chi (? - 867) |
O nosso caro
amigo e Mestre de Zen - Lin Chi - deixou-nos esta amável reflexão sobre o apego e a iconoclastia.
Não se preocupem, isto do matar é só uma metáfora. A seguinte tradução é
retirada do livro “A idade de Ouro do Zen, de John C. H. Wu”
Seguidores do tau, foi pela procura da verdade que deixamos as nossas
casas! Reparem, por exemplo, neste monge da montanha. Ao princípio concentrei a
minha atenção nas estritas disciplinas da escola Vinaya, e fui também um
honesto estudante de sutras e sastras, esperando encontrar neles a verdade. Só mais
tarde compreendi que todas essas regras, cerimónias e livros não passam de
expedientes para a salvação do mundo, como se fossem receitas médicas para a
cura dos doentes. Consequentemente abandonei-as de uma vez por todas e
entreguei-me à procura directa da verdade e à busca do ch’an. Mais tarde, tive a
felicidade de conhecer um grande mestre iluminado. Foi só então que o Olho do
Tau se abriu para mim, para que pudesse reconhecer as realizações dos velhos e sábios
monges do mundo e tivesse em separar os falsos dos autênticos. Todavia, ninguém
nasce sábio e capaz de compreender as coisas. Todos temos de passar por estudos
sérios e pela experiência pessoal, e temos de ser sujeitos a uma disciplina de provações
severas antes de podermos esperar chegar algum dia ao verdadeiro despertar do
nosso coração. Seguidores do Tau! Se desejam igualmente chegar a alcançar uma
intuição genuína, o mais importante é não se deixarem enganar pelos outros. Se
alguma vez encontrarem alguém que impeça a vossa visão, livrem-se rapidamente
dessa pessoa. Se encontrarem um Buda, matem o Buda. Se encontrarem um
patriarca, matem o patriarca. Se encontrarem um arhat, matem o arhat. Se encontrarem
o vosso pai e a vossa mãe, matem o vosso pai e a vossa mãe. Se encontrarem
amigos e parentes, matem os vossos amigos e parentes. Só desse modo conseguirão
atingir a liberdade final. Só então estarão livres de apegos, serão
completamente independentes e livres e só então sereis vos mesmos.
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