Ópio do ego


Não me orgulho de nada nem em nada,
Tenho apenas alegria em tudo.
Pois tal como a religião é o opio do povo,
O orgulho é o ópio do ego.



Justificações para…














Arranjar razões, ou justificações para…, é um truque bem engenhoso da mente (aliás, é um apego ao controlo).

Isto acontece porque x, isto porque y, ou porque Deus, ou porque as leis, ou porque a lógica.

Não que isto seja errado, mau, ou completamente prejudicial, mas veiculado ao apego ou à insatisfação, pode desviar-nos da verdadeira razão, apenas servindo para criar mais ansiedade. E isto acontece principalmente quando transportamos a justificação para as facetas mais emocionais da vida. Porquê a morte? Porque se tem de morrer? Porquê a vida? Ou mesmo, porque é que ele me deixou? Porque me traiu? Porque agiu assim? etc. etc.

Às vezes, não vale mesmo a pena pensar nas razões, quaisquer que sejam, porque as coisas são o que são e a verdade já está implícita nelas. E a tentativa de justificação torna-se só uma forma de negação, raiva e ignorância.


Que assunto foi ensinado pelo Buddha?

Suponham que vos é perguntado,
“Que assunto foi ensinado pelo Buddha?”

A melhor forma de responder a isto é citando o próprio Buddha, “Saibam isto, ò Monges: Agora, como antes, eu apenas ensino dukkha (sofrimento, insatisfação) e a eliminação de dukkha.”

Quer esta resposta esteja de acordo ou não com aquilo que vocês terão pensado, por favor tomem nota. Poderemos responde-la de muitas outras formas, mas esta frase de Buddha resume de forma muito sucinta o seu ensinamento.

O Buddha apenas ensinou dukkha e a sua extinção. Isto torna irrelevante qualquer questão que não esteja diretamente relacionada com a eliminação de dukkha. Não considera questões como “Haverá renascimento depois da morte?”, ou “Como é que o renascimento se realiza?”. Isto pode ser ponderado depois.

Então, se um Ocidental apresentar esta questão, deveremos responder dizendo, “O Buddha ensinou nada mais que dukkha e a sua eliminação.”
Retirado do livro “Buddha-Dhamma for Students”, de Buddhadasa Bhikkhu.

Tradução Livre.